A convite da Fundação INATEL, a coreógrafa Filipa Francisco regressa ao folclore e à etnografia para nos propor múltiplas perguntas numa nova viagem entre a dança tradicional e a contemporânea.
Com mais de oito décadas de História, a Fundação INATEL tem um percurso vincadamente marcado nas áreas da tradição, culturas pop e populares, dos patrimónios expressivos e imateriais. Neste sentido, na senda de um conceito de património vivo, mas com raízes, desenvolve projetos e parcerias que visem mostrar novas visões dos objetos e práticas de outrora, desconstruindo imagens e criando novas abordagens.
Assim nasceu a RODA, que resulta de um trabalho de investigação sobre as danças que existem, atualmente, em Lisboa e o modo como refletem, entre outros aspetos, as migrações entre os mundos rural e urbano, a relação com o ambiente político ao longo dos tempos e aquilo que nos trazem enquanto urgência. O processo de investigação iniciou-se com encontros junto de pessoas com diferentes conhecimentos, práticos e teóricos, sobre dança tradicional e contemporânea, como David Marques, Domingo Morais, Fábio Gonçalves Luís (Rancho Folclórico da Ribeira de Celavisa), Joaquim Pinto (Grupo Etnográfico Danças e Cantares do Minho), Ludgero Mendes e Paulo Lima. Paralelamente, o trabalho foi acompanhado por leituras, discussões e reflexões de materiais diversos escritos, visuais e áudio.
O elenco cruza artistas profissionais com não profissionais de distintas áreas e proveniências. Oito intérpretes sobem ao palco, quatro da área da dança contemporânea e quatro da área da dança tradicional, vindos do Rancho Folclórico da Casa do Concelho de Castro Daire, o qual fará ainda uma participação especial. A música original é composta pelos Live Low e interpretada ao vivo pela banda e com a participação de dois músicos do Rancho Folclórico da Ribeira de Celavisa e outros dois do Rancho Folclórico da Casa do Concelho de Castro Daire.
Desde o primeiro ensaio desta RODA procurou-se convocar todo o grupo de criação a ensaiar corpo e pensamento perante questões instigadoras: o que é para ti uma RODA? O que significa caminhar? Que danças atravessam o teu corpo? O que é uma dança tradicional? E uma dança contemporânea? Estamos abertos à profanação?
“RODA ensaia, assim, uma outra forma de estar, enfrenta o medo de colocar em confronto corpos e culturas, deixa-se atravessar por um espaço-tempo orgânico, procura um terreiro em 2023 onde se experimenta um outro folclore, vivo e pulsante. Um folclore, uma dança tradicional aberta, porvir, a dança do presente, porque futuro, que se compõe num ato de profanação construído com alicerces suportados no respeito e admiração pelo/a outro/a. Um ato que procura desbloquear encontros e celebrações que emergem a partir de tantas danças tradicionais múltiplas.”
“Corpos e movimentos que experimentam e desconstroem continuamente, trazendo outros tempos e outras culturas para a RODA, onde afinal sempre estiveram. Em RODA, a dançar, questionamos os papéis e padrões rígidos do folclore português, impostos por uma ditadura que teima em agarrar-se aos nossos corpos e ações. (…) A RODA, volta a abrir, ensaia uma afirmação intemporal coletiva no terreiro, espaço público da vida. Integra a beleza e intensidade do ritual de convocação da pluralidade e ancestralidade. Profanar para evoluir. Dança tradicional e contemporânea em corpos tensos e dialogantes que se expandem numa contaminação mútua”. (Hugo Cruz)
Folha de sala: https://bit.ly/3ngpePj
Agenda
Future events and interventions
2023
Academia Almadense
30 de Abril
Vídeos
Documentários, performances e entrevistas
Teaser Promocional
© Pedro Mourinha e Miguel Canaverde
© Tiago Pereira
Teaser Promocional
© Pedro Mourinha
Datasheet
Organização: Fundação INATEL, Mundo em Reboliço
Direção artística, criação e interpretação: Filipa Francisco
Assistência direção artística, cocriação e interpretação: Mariana Tengner Barros
Dramaturgia: Hugo Cruz
Composição musical e cocriação: Live Low
Interpretação musical e cocriação: A. Basilio, J. Fernandes (Rancho Folclórico da Ribeira de Celavisa); Adelaide Ferreira, Afonso Ferreira (Rancho Folclórico da Casa do Concelho de Castro Daire); Miguel Ramos, Pedro Augusto (Live Low)
Interpretação e cocriação: Alexandre Magno aka Emiliano Manso e Gio Lourenço
Interpretação e cocriação | Rancho Folclórico da Casa do Concelho de Castro Daire: Liliana Fernandes, Luís de Portugal II, Marcos Silva, Rita Fernandes
Consultores: David Marques, Domingo Morais, Fábio Gonçalves Luís (Rancho Folclórico da Ribeira de Celavisa), Joaquim Pinto (Grupo Etnográfico Danças e Cantares do Minho), Ludgero Mendes, Paulo Lima
Direção técnica e desenho de luz: João Chicó
Assistência a Ensaios: David Marques
Figurinos: Helena Guerreiro
Costureira: Aldina Jesus
Fotografia: José Frade e Bruno Simão
Vídeo e edição: Tiago Pereira
Assessoria de Imprensa: Levina Valentim
Design e Comunicação: Eduardo Quinhones Hall
Difusão e Produção: Mundo em Reboliço / Rita Maia, Fundação INATEL
Financiamento: Fundação INATEL e República Portuguesa - Cultura | DGArtes - Direção Geral das Artes
Com a participação especial do Rancho Folclórico da Casa do Concelho de Castro Daire e participantes do projeto Corre-Mundos
Excertos de O Que É Amar um País, de José Tolentino Mendonça, edição Quetzal, 2020
Agradecimentos: Chalo Correia e Miguel Sermão (tradução texto de Português para Kimbundu)
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