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Filipa Francisco trabalha com as pessoas e as suas características individuais ou de comunidade com paixão. Ela é também uma artista interventiva atenta aos direitos humanos, como vimos nas suas representações da violência doméstica (Nu Meio) das mulheres da República (Para Onde Vamos?) e da exclusão social de reclusos (Rexistir). Nas obra com as jovens da Cova da Moura (Íman) e os ranchos folclóricos (A Viagem) a preciosidade da diferença cultural é evidente. Estas exigentes aventuras harmonizam sátira e beleza e transmitem o valor da arte para a experiência e participação na vida. Com a Companhia Maior a coreógrafa elogia a força latente de corpos que julgamos frágeis e dá voz a pessoas que querem falar do que está a acontecer ao mundo.
Paula Varanda
O convite para trabalhar com a Companhia Maior, surgiu quando estava em Águeda a trabalhar com dois Grupos Folclóricos.
Há muito tempo que queria conhecer a Companhia Maior e passar pela experiência de coreografar para esteS corpos, de com eles co-criar.
O encontro, foi feito através de um workshop de uma semana, no Centro Cultural de Belém. Depois, surgiu o título Força. Também poderiam ser 24 títulos representando cada uma das pessoas.
A imagem, a sensação mais forte que tive durante essa semana, foi o dueto com Iva, num exercício sensorial, de toque e memória.Um corpo aparentemente frágil e delicado, encerrava uma força. As mãos e as suas palavras, fizeram-me dançar.
Daqui, surgiu o início do caminho, trabalhar a partir das memórias de dança, que estão no nosso corpo, passadas ou recentes, profissionais ou sociais. As danças que nos afectaram e que falam de afecto.
A minha proposta de criação, é propor aos grupos que comecem com uma ideia, com várias pequenas ideias, mas no vazio sobre o que será a peça. É a partir daqui que se descobrirá aquilo que queremos dizer, através da intuição, da experimentação, investigação, improvisação, composição, da construção de uma dramaturgia. Pensar e fazer juntos.
A Iva disse: Não nos coloquem dentro duma cova e digam: respirem!”. A Celeste disse: Eu sou capaz, eu estou aqui de asas abertas para todos”. “Não há novos, nem velhos, há a imprecisão, da esperança de que o mundo não esteja à beira da catástrofe”. Somos uma força, uma força interventiva,
que quer falar sobre o que se está a passar no mundo. A cultura é uma ameaça e eu quero lutar.”
12 a 15 de novembro 2015
Centro Cultural de Belém, Lisboa
Vídeos
Documentários, performances e entrevistas
Datasheet
Criação e direção artística Filipa Francisco
Banda sonora e direção musical António-Pedro
Cocriação e interpretação – Grupo dirigido por Filipa Francisco
Carlos Fernandes
Carlos Nery
Celeste Melo
Cristina Gonçalves
Isabel Millet
Iva Delgado
João Silvestre
Jorge Leal Cardoso
Júlia Guerra
Kimberley Ribeiro
Michel
Paula Bárcia
– Grupo dirigido por António-Pedro
Angelina Mateus
Diana Coelho
Helena Marchand
Manuela de Sousa Rama
Maria Emília Castanheira
Maria José Baião
Codireção musical Michel
Assistente Kimberley Ribeiro
Direção coral Margarida Mestre
Desenho de luz e direção técnica Carlos Ramos
Guarda-roupa Ainhoa Vidal
Textos sobre o espetáculo Paula Varanda
Fotografia Bruno Simão
Vídeo Fábio Silva
Produção executiva Companhia Maior
Produtor Luís Moreira
Agradecimentos
Backlight
Companhia Nacional de Bailado
Eficácia Livre
El Corte Inglés
Escola Superior de Música de Lisboa
Espazo Self-Storage
Jorge Silva
Laurentiu Ivan Coca
Maria João Cortes
Neorelva Embalagens Metálicas SA
Restart Instituto da Criatividade, Artes e Tecnologias
Vitor Lajes
Viveiros das Naus
“Carinhoso”
Letra de João de Barros
Autor da música Pixinguinha
Interpretado por Maria José Baião
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