A ideia deste projeto surge na sequência de um trabalho iniciado no corrente ano pelo município de Arganil no sentido de capacitar os agentes culturais e artísticos locais, assim como o trabalho em rede nesta área. Um dos primeiros resultados deste trabalho foi a apresentação pública, em Abril, de uma Carta Comum para a Cultura deste território co-construída pelos seus agentes em colaboração com a autarquia. Um dos aspetos identificados nesta carta passa pela necessidade do desenvolvimento de coproduções que envolvem a interação entre os agentes culturais e artísticos locais com elementos externos ao território. É na sequência e concretização deste ponto que surge o projeto BARRO.
Este projeto, com direção artística de Filipa Francisco e Hugo Cruz, pretende ao longo de vários meses desenvolver uma co-criação que envolve as associações culturais locais (Grupo Folclórico, escola de dança, teatro amador, filarmónica). Convocando abordagens distintas, mas dialogantes – dança, teatro e música – a proposta do projeto passa por propor aos envolvidos que integrem um processo de criação coletiva nas mais diversas dimensões de um processo desta natureza – criação, produção, técnica, figurinos e cenografia. Pretende-se que se estabeleça um espaço de experimentação que em simultâneo sirva como capacitação nesta área aprofundando o saber fazer local e estimulando o trabalho de complementaridade.
O BARRO, enquanto matéria da qual fazemos e somos feitos que nos funde com a terra, é o ponto de partida para este projeto. A organicidade, flexibilidade e qualidade do barro desta região serviu de base para uma indústria pujante de cerâmica nomeadamente relacionada com o fabrico de telha.
Em 1916 começa a laborar a Cerâmica Arganilense com a produção de telha do tipo marselhês mas só em 1948 é terminado o edifício da fábrica ocupada por cerca de 100 operários que se constitui como “gatilho” central para esta criação. O processo propõe desenvolver e registar – fotografia, áudio e vídeo - uma pesquisa inexistente entre os moradores de Arganil, antigos operários e/ou seus familiares e amigos desta fábrica que em 1992 iniciou o seu declínio. A partir deste material será desenhada a partitura do espetáculo a apresentar-se neste espaço hoje recuperado e destinado a atividades culturais e desportivas.
Partindo do BARRO e da sua maleabilidade convocamos memórias invisíveis para contar poeticamente histórias de uma terra, similar em alguns aspetos a tantas outras da história recente de outros lugares do país, reinventando o espaço-tempo do presente e procurando o futuro destas comunidades. Para isso protejamo-nos na riqueza do criar junto, na matéria natural BARRO, no elemento fogo que o transforma e na telha que daí nasce e que acolhe os encontros que o projeto suscitará.
Agenda
Próximos eventos e intervenções.
Ficha
Técnica
Concepção e Direção artística: Filipa Francisco e Hugo Cruz
Direção Musical e Composição: André Nunes
Assistente Direçāo Artística: Pietro Romani
Assessoria de Imprensa: Levina Valentim
Redes Sociais: Eduardo Quinhones Hall
Produção: Mundo em Reboliço | Rita Maia
Produção Local: Daniela Santos
Video: Miguel Canaverde
Entidade Promotora: Município de Arganil
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